Depois de uma longa ausência, voltei para a vossa companhia de que já tinha muitas saudades. Agradeço a todos que por cá tem passado apesar das teias de aranha penduradas. Espero que este cantinho não fique abandonado por mais tempo. As festas de fim-de-ano passaram e levaram parte da minha energia, mas o novo ano estreou-se com uma luz diferente, comecei com ânimo colocando em prática algumas resoluções que já deviam fazer parte da minha vida há anos…Mas antes de escrever aqui as minhas decisões para este ano, vou falar um pouco sobre o ano que passou. No final do ano sentia-me um pouco desanimada e curiosamente depois de uma conversa com o meu marido, que é o realista daqui de casa, fiquei um pouco melhor. A conversa foi uma espécie de balanço de 2012 e fixamo-nos sobre os acontecimentos positivos e vi que muita coisa boa aconteceu e por defeito fixei-me apenas nas más… Depois dessa conversa senti na pele o que há muito tempo tentava me convencer, que o meu olhar e pensamento devem ser positivos e gratos, por tudo de bom que a vida nos oferece e só o facto de estarmos vivos e com saúde para aproveitar o que a Natureza nos oferece já é uma dádiva. Dentre as coisas boas que aconteceram em 2012 por aqui:
-Tivemos saúde
- A minha filha teve um percurso escolar ótimo
- Passeamos nas férias
- Não faltou comida na mesa
- Pude estar com uma pessoa querida, que há algum tempo não via antes dela partir
- Tornei-me definitivamente vegetariana
- Estive presente aqui no blogue e encontrei pessoas fabulosas na blogosfera
- Aumentei consideravelmente os conhecimentos sobre culinária e nutrição
E poderia escrever muitas mais, porque há infinitas bênçãos que recebi e recebo todos os dias...
Para este ano tomei as seguintes resoluções:
- Alimentar-me de forma ainda mais saudável. Apesar de este ano não ter sido mal neste sentido, pelo facto de me ter tornado vegetariana, ainda existem alguns pontos a melhorar, dentre os quais:
Eliminar o uso de açúcar no dia-a-dia, reservando-o apenas para ocasiões especiais. Tenho uma relação dependente com o açúcar desde a infância, e depois de várias tentativas (consumir apenas ao fim-de-semana, restringir apenas à compota do pequeno almoço, etc) cheguei à conclusão de que tenho de ser radical neste ponto, pois esse danado do açúcar ao entrar no meu corpo deixa-me sempre com vontade de consumir mais e mais e quando estou ansiosa, extrapolo. A minha família materna tem um historial de diabetes, e embora comigo ainda não tenha se manifestado tenho de ter cuidado. O açúcar refinado não tem nenhum nutriente, apenas calorias, então para que consumir? E ainda mais se me faz tanto mal… Espero ter a força de vontade necessária e sei que o gosto se educa, e o doce não tem de ser uma recompensa ou uma válvula e escape… Eu gosto muito de fazer bolos, e isso até se nota na quantidade de receitas presentes por aqui. Não vou dizer que deixarei de fazer, mas a frequência será bem menor…
Não consumir produtos industrializados, enlatados e pré-confeccionados. Neste ponto já estou quase a chegar à meta. Neste momento o meu consumo restringe-se à margarina de soja, massas, chocolate preto e ao pão. O resto dos alimentos é todo confeccionado com matérias-primas naturais e vegetais, de preferência e maioritariamente biológicas. Depois de mais de um ano de vegetarianismo e agora a evitar o açúcar, descubro nos rótulos de quase todos os produtos industrializados, o açúcar, o leite e outras substâncias que procuro evitar, por isso é inevitável o corte nestes produtos.
- Fazer exercício. Um ponto difícil, mas necessário se quiser ter uma vida saudável. Eu tenho um trabalho muito sedentário. Passo no mínimo sete horas sentada em frente ao computador. E se este ano não ganhei peso foi graças à alimentação vegetariana… Não ganhar peso foi ótimo, mas preciso de perder alguns quilos que se acumularam ao longo dos anos depois do nascimento de minha filha e inserir uma rotina de exercício para toda a vida. Estou a começar pelas caminhadas, o mais fácil, agradável e que consigo inserir dentro da minha rotina. Também estou a tentar incorporar o exercício dentro das atividades do dia-a-dia. Desde o ano passado que já não uso o elevador para me deslocar ao 3º piso onde trabalho (uma das
resoluções cumpridas!) e faço propositadamente por usar mais vezes as escadas, como por exemplo buscar água na máquina ao 1º andar, apenas pouca quantidade de cada vez (outra
resolução cumprida: deixar de consumir água engarrafada.). Posso dizer que após um mês nesta rotina já sinto resultados positivos e já me livrei de alguns quilinhos.
- Olhar a vida com um filtro positivo e alegre. É preciso criar uma couraça contra o desânimo generalizado que se instalou neste país. Daquilo que tenho observado e lido sobre o assunto, a felicidade não depende de ter mais ou menos. É claro que há limites básicos de sobrevivência, sem os quais não há sequer vida, quanto mais felicidade. Mas não sendo o caso, o que observo é que já se tornou um hábito falar de coisas tristes, de perdas económicas, mal do governo, no entanto na maioria das vezes não vejo que as pessoas diminuam o consumo de coisas supérfluas, sejam mais solidárias ou lutem por causas. É necessário começar individualmente, mas pensar coletivo. E o nosso país tem tantas coisas naturalmente maravilhosas, como o clima, as paisagens belíssimas, apesar de tudo segurança, ambiente calmo, uma boa educação, um sistema de saúde que não sendo o melhor do mundo também não é dos piores. Há que pensar positivo e fazer algo para contrariar a tendência negativa que se instalou. Quanto mais não seja, um sorriso no rosto faz milagres.
E como tudo aquilo que escrevo por aqui têm se transformado numa feliz realidade, espero para o ano estar aqui a compartilhar com vocês que estas resoluções se concretizaram.
Uma das coisas que me deixa muito feliz é cozinhar. Ir para a cozinha depois de um dia de trabalho é muito reconfortante. Gosto de juntar os ingredientes ao sabor do momento e às vezes o resultado vale a pena, como foi o caso desta deliciosa polenta.
A polenta já apareceu por
aqui uma vez. É um prato reconfortante, fácil de realizar, económico e muito versátil. Normalmente faço uma travessa e na primeira refeição ingiro-a cremosa, bem quente, acompanhada com molho. O que sobra coloco numa assadeira que guardo no frigorífico e nas próximas refeições levo os pedaços a grelhar e acompanho com salada ou legumes salteados. Eu fazia a polenta sempre da mesma forma, levava a água a ferver temperada e depois acrescentava a farinha de milho em chuva, mexendo rapidamente para que a massa não criasse grumos. Depois que vi
esta deliciosa receita da Sandra, do blog
Papacapim, essa preocupação com a textura da polenta e o fogão cheio de farinha acabaram. A Sandra mistura a farinha de milho(fubá) na água fria e só depois leva ao fogo para cozinhar. Desta forma não há a preocupação nenhuma, dá sempre certo! Aconselho vivamente este truque. Eu faço a polenta com farinha de milho normal e demora um pouco mais de tempo a cozinhar, cerca de 15 a 20 minutos. O molho que fiz desta vez é constituído por legumes pouco habituais, pelo menos na minha cozinha, a couve-de-Bruxelas e os brócolos romanescos. Estes últimos são especiais, pois são da horta familiar. Mas com qualquer molho a polenta fica deliciosa.
Polenta com legumes bonitos (2 porções)
Ingredientes:
Polenta
1 chávena (chá) de farinha de milho(amarelo, de preferência)
3 chávenas (chá) de água fria
1 cubo de caldo de legumes(biológico, de preferência)
Sal e azeite
Molho
1 1/2 chávenas (chá) de couve de Bruxelas, cortadas em duas partes
1 1/2 chávenas (chá) de brócolos romanescos, separados em pequenos ramos
1 tomate pequeno e maduro, sem pele e aos pedaços
3 dentes de alho esmagados
Azeite, sal e pimenta preta
Preparação:
Coloque as couves de Bruxelas e os brócolos num pequeno tacho com um pouquinho de água apenas no fundo para criar vapor. Tampe o tacho e leve ao lume por cerca de 5 minutos após ferver. Descarte a água e tempere com sal. Reserve. No mesmo tacho adicione o alho e um fio de azeite. Leve ao lume até que o alho fique douradinho(mas não queimado), acrescente o tomate aos pedaços e os legumes. Deixe cozinhar por cerca de 2 minutos. Prove e retifique os temperos. Reserve.
Faça a polenta: misture a farinha de milho com a água, aos poucos, até que se forme uma papa homogénea e lisa. Junte o cubo de caldo de legumes esmigalhado e leve ao lume brando, mexendo até engrossar e começar a ferver(cerca de 20 minutos). Tempere com sal e um fio de azeite. Aqueça o molho.
Coloque parte a polenta no prato de servir com o molho por cima. Polvilhe com pimenta preta, regue com um fio de azeite e delicie-se.
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O lindo brócolo romanesco |