segunda-feira, 21 de abril de 2014

Pão de Ló para a Páscoa - renascer das cinzas


Ontem foi domingo de Páscoa. Nestas ocasiões especiais capricho ainda mais nos pratos e na decoração da mesa. Bateram-me então umas saudades enormes de voltar a publicar por aqui. Porque a cozinha, ainda, e mais do que nunca, continua a ser uma das minhas paixões. Muita coisa aconteceu nestes meses, mas a vontade de aprender novas receitas, conhecer ingredientes diferentes e técnicas inovadoras nunca me abandonou e ontem senti, que a partilha também me faz muita falta. O tempo não é muito, mas quem sabe a vontade suplanta essa barreira e as publicações apareçam com mais regularidade.
Um dos doces tradicionais da mesa de Páscoa nesta região é o bom e singelo Pão de Ló. Nunca tinha feito nenhum e também nunca tinha usado tantos ovos numa receita, mas um dia não são dias e os ovos eram biológicos, pelo menos! É uma receita simples, mas como todas as receitas tradicionais tem os seus caprichos e eu só fiquei aliviada quando provei a primeira fatia, deliciosa! A textura da massa é fofa mas não seca, no ponto exato. A receita foi-me dada por uma colega de trabalho, que diz que é uma receita usada há 30 anos e não falha, e realmente comprovei! Obrigada, Margarida! 


Pão de Ló
Ingredientes:
14 ovos biológicos
400g de açúcar fino
250g de farinha com fermento(usei Branca de Neve)
6 pedrinhas de sal (1 colher de café)
1 forma de chaminé com 30cm de diâmetro
papel almaço para forrar a forma

Notas prévias
- os ovos devem estar em temperatura ambiente (se os deixa no frigorífico retire-os 3 horas antes)
- se não encontrar açúcar fino, que foi o meu caso, triture o açúcar normal no liquidificador. Atenção, não é açúcar de confeiteiro, e sim açúcar fino próprio para massas de bolos, derrete-se melhor. No Brasil, o açúcar costuma ser mais fino do que o açúcar vulgar daqui de Portugal, portanto não é preciso ser triturado.
- a farinha utilizada deve ser de boa qualidade e com fermento adicionado e peneirada ao ser adicionada na massa. Caso não encontre farinha com fermento, adicionar uma colher de sopa de fermento químico em pó à farinha.
- A forragem da forma é feita com pedaços de papel almaço e não é necessário untar a forma ou o papel, caso não encontre o papel almaço, penso que pode ser substituído por papel vegetal ou untar a forma e enfarinhar, embora tradicionalmente o Pão de Ló por aqui seja feito na forma forrada com papel.

Preparação:
Ligar o forno à temperatura 150º C. Separar claras e gemas. Bater as claras em castelo(em neve) com o sal e ao mesmo tempo(se possível) bater as gemas com o açúcar até a mistura ficar fofa e se formarem bolhas. Juntar a este último preparado a farinha peneirada e as claras em castelo, envolvendo suavemente. Transferir a massa para a forma já forrada e cozer no forno por aproximadamente 1 hora. Depois de mais ou menos 40 minutos convém ir testando com um palito de churrasco que deverá sair com alguma migalha agarrada. Não convém cozer demasiado para que a massa não seque. 


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Inspiração momentânea


Hoje em dia a maioria das pessoas com quem convivo já sabem da minha opção pelo vegetarianismo. Mas ainda persistem algumas dúvidas e mitos e a maioria pergunta: "Então tens de fazer dois pratos...", uma vez que o meu marido e minha filha não são vegetarianos. Acho que as pessoas visualizam-me na cozinha, rodeada de tachos a fumegar e a utilizar ingredientes esquisitos. Bem não é um panorama que me desagrade, pois adoro cozinhar e com ingredientes exóticos ainda melhor! Mas a vida agitada e ocupada em que vivemos não nos permite ter muito tempo no dia-a-dia para despender com a cozinha. 
Na verdade não é muito difícil a conciliação das refeições, tento fazer uma base para todos, como a massa, o arroz, as batatas, a sopa e a salada de "folhas", o resto é que varia. Muitas vezes "despacho" a comida deles e faço a minha, como foi o caso de hoje. A cozinha vegetariana tem esta vantagem(além de muitas outras), fica tudo pronto num ápice! Muitas vezes nem sei bem o que irá sair e a inspiração começa a surgir ao pegar na frigideira e fazer uma base com um fio de azeite, cebola em fatias, alho picado e pimentos vermelhos. Enquanto esta base cozinha em lume brando vou vasculhando o frigorífico e o congelador e vou acrescentando ingredientes. Hoje coloquei a descongelar grão-de-bico e um tacho ao lume a cozer massa(usei macarrão com sabor azeitona, da Milaneza) com bastante água, sal e um fio de azeite. Acrescentei ao refogado pedaços de courgete e o grão de bico, já descongelado. Temperei com molho de soja, uma pitada de sal e pimenta preta. Juntei a massa já escorrida e cozida "al dente", mexi e deixei por alguns minutos ao lume para unificar sabores. Ao servir juntei couve roxa em juliana, sementes de sésamo e mais pimenta preta. E ainda acompanhei, na refeição com a salada de folhas coletiva. Adoro comer massa com folhas cruas, e vocês já experimentaram? Esta é uma ideia muito simples para uma refeição completa, equilibrada, deliciosa, feita num instante e sem ingredientes estranhos.

sábado, 20 de julho de 2013

O regresso e uma sobremesa para um passatempo

Este passatempo foi um ótimo motivo para retirar o Aroma de Café da letargia. Para comemorar os 1000 gostos da página do Facebook o Cozinhar sem Lactose lançou-nos um passatempo que eu não poderia deixar de participar pois também eu gosto de associações e ingredientes inusitados na cozinha além ser fã das suas deliciosas e sempre diferentes receitas. 
Mil ideias me passaram pela cabeça e numa última inspiração decidi-me por uma sobremesa simples e rápida, mas também saborosa e fresca para estes dias quentes. A estrela principal é o inesperado tremoço. Se julga que o tremoço apenas tem lugar acompanhado de cerveja é porque ainda não o experimentou em outra vestimenta. Aqui já não é novidade, já foi visto na pele de um queijo e de um cheesecake. E agora especialmente para o Cozinhar sem Lactose... uma sobremesa obviamente sem lactose, sem glutén, sem ovos e vegana, ou seja todos podem se deliciar!

Creme bicolor com fruta
Ingredientes(para 3 porções)
1 chávena (chá) de tremoços em conserva
1 1/2 chávena (chá) de água
1/4 chávena(chá) de geleia de agave
2 colheres(sopa) de coco ralado
1 colher(sobremesa) de amido de milho(maizena)
1 colher(sobremesa) de agar-agar em flocos
1 colher(sobremesa) de cacau puro em pó
1 colher(chá) de aroma de baunilha
morangos ou cerejas q.b.
Preparação:
Coloque os tremoços de molho em água na véspera, mudando-lhes a água algumas vezes para retirar o sal. Escorra-os e coloque-os no copo do liquidificador juntamente com a geleia de agave e o coco. Entretanto leve ao lume, num pequeno tacho, a água juntamente com o amido de milho e o agar agar. Deixe ferver por cerca de 3 minutos, sempre a mexer até que o agar-agar se dissolva. Transfira a mistura para o liquidificador e triture até que fique um creme liso. Misture o aroma de baunilha. Despeje metade do creme numa vasilha e junte-lhe o cacau, misturando bem. Divida este preparado por 3 taças de vidro. Junte uma camada do creme claro por cima do creme de cacau em cada taça. Deixe arrefecer e leve ao frigorífico. Antes de servir junte morangos lavados, secos e partidos em pedaços ou cerejas.

Notas:
- Pode usar açúcar no lugar da geleia de agave, embora ultimamente prefira este ingrediente pois tem um um menor indíce glicémico que o açúcar, além de ter nutrientes, coisa que o açúcar não tem.
- Se não utilizar o agar-agar, pode optar por utilizar mais amido de milho(talvez o dobro). O agar-agar tem a vantagem da rápida solidificação.
- Pode utilizar a varinha mágica em lugar do liquidificador
- Qualquer fruta pode ser usada, manga ou abacaxi devem ficar divinos também.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Feliz por voltar!



Depois de uma longa ausência, voltei para a vossa companhia de que já tinha muitas saudades. Agradeço a todos que por cá tem passado apesar das teias de aranha penduradas. Espero que este cantinho não fique abandonado por mais tempo. As festas de fim-de-ano passaram e levaram parte da minha energia, mas o novo ano estreou-se com uma luz diferente, comecei com ânimo colocando em prática algumas resoluções que já deviam fazer parte da minha vida há anos…Mas antes de escrever aqui as minhas decisões para este ano, vou falar um pouco sobre o ano que passou. No final do ano sentia-me um pouco desanimada e curiosamente depois de uma conversa com o meu marido, que é o realista daqui de casa, fiquei um pouco melhor. A conversa foi uma espécie de balanço de 2012 e fixamo-nos sobre os acontecimentos positivos e vi que muita coisa boa aconteceu e por defeito fixei-me apenas nas más… Depois dessa conversa senti na pele o que há muito tempo tentava me convencer, que o meu olhar e pensamento devem ser positivos e gratos, por tudo de bom que a vida nos oferece e só o facto de estarmos vivos e com saúde para aproveitar o que a Natureza nos oferece já é uma dádiva. Dentre as coisas boas que aconteceram em 2012 por aqui:

-Tivemos saúde
- A minha filha teve um percurso escolar ótimo
- Passeamos nas férias
- Não faltou comida na mesa
- Pude estar com uma pessoa querida, que há algum tempo não via antes dela partir
- Tornei-me definitivamente vegetariana
- Cumpri quase todas as resoluções ambientais que fiz no início de 2012
- Estive presente aqui no blogue e encontrei pessoas fabulosas na blogosfera
- Aumentei consideravelmente os conhecimentos sobre culinária e nutrição

E poderia escrever muitas mais, porque há infinitas bênçãos que recebi e recebo todos os dias...

 
Para este ano tomei as seguintes resoluções:
- Alimentar-me de forma ainda mais saudável. Apesar de este ano não ter sido mal neste sentido, pelo facto de me ter tornado vegetariana, ainda existem alguns pontos a melhorar, dentre os quais:
Eliminar o uso de açúcar no dia-a-dia, reservando-o apenas para ocasiões especiais. Tenho uma relação dependente com o açúcar desde a infância, e depois de várias tentativas (consumir apenas ao fim-de-semana, restringir apenas à compota do pequeno almoço, etc) cheguei à conclusão de que tenho de ser radical neste ponto, pois esse danado do açúcar ao entrar no meu corpo deixa-me sempre com vontade de consumir mais e mais e quando estou ansiosa, extrapolo. A minha família materna tem um historial de diabetes, e embora comigo ainda não tenha se manifestado tenho de ter cuidado. O açúcar refinado não tem nenhum nutriente, apenas calorias, então para que consumir? E ainda mais se me faz tanto mal… Espero ter a força de vontade necessária e sei que o gosto se educa, e o doce não tem de ser uma recompensa ou uma válvula e escape… Eu gosto muito de fazer bolos, e isso até se nota na quantidade de receitas presentes por aqui. Não vou dizer que deixarei de fazer, mas a frequência será bem menor…
Não consumir produtos industrializados, enlatados e pré-confeccionados. Neste ponto já estou quase a chegar à meta. Neste momento o meu consumo restringe-se à margarina de soja, massas, chocolate preto e ao pão. O resto dos alimentos é todo confeccionado com matérias-primas naturais e vegetais, de preferência e maioritariamente biológicas. Depois de mais de um ano de vegetarianismo e agora a evitar o açúcar, descubro nos rótulos de quase todos os produtos industrializados, o açúcar, o leite e outras substâncias que procuro evitar, por isso é inevitável o corte nestes produtos.

- Fazer exercício. Um ponto difícil, mas necessário se quiser ter uma vida saudável. Eu tenho um trabalho muito sedentário. Passo no mínimo sete horas sentada em frente ao computador. E se este ano não ganhei peso foi graças à alimentação vegetariana… Não ganhar peso foi ótimo, mas preciso de perder alguns quilos que se acumularam ao longo dos anos depois do nascimento de minha filha e inserir uma rotina de exercício para toda a vida. Estou a começar pelas caminhadas, o mais fácil, agradável e que consigo inserir dentro da minha rotina. Também estou a tentar incorporar o exercício dentro das atividades do dia-a-dia. Desde o ano passado que já não uso o elevador para me deslocar ao 3º piso onde trabalho (uma das resoluções cumpridas!) e faço propositadamente por usar mais vezes as escadas, como por exemplo buscar água na máquina ao 1º andar, apenas pouca quantidade de cada vez (outra resolução cumprida: deixar de consumir água engarrafada.). Posso dizer que após um mês nesta rotina já sinto resultados positivos e já me livrei de alguns quilinhos.

- Olhar a vida com um filtro positivo e alegre. É preciso criar uma couraça contra o desânimo generalizado que se instalou neste país. Daquilo que tenho observado e lido sobre o assunto, a felicidade não depende de ter mais ou menos. É claro que há limites básicos de sobrevivência, sem os quais não há sequer vida, quanto mais felicidade. Mas não sendo o caso, o que observo é que já se tornou um hábito falar de coisas tristes, de perdas económicas, mal do governo, no entanto na maioria das vezes não vejo que as pessoas diminuam o consumo de coisas supérfluas, sejam mais solidárias ou lutem por causas. É necessário começar individualmente, mas pensar coletivo. E o nosso país tem tantas coisas naturalmente maravilhosas, como o clima, as paisagens belíssimas, apesar de tudo segurança, ambiente calmo, uma boa educação, um sistema de saúde que não sendo o melhor do mundo também não é dos piores. Há que pensar positivo e fazer algo para contrariar a tendência negativa que se instalou. Quanto mais não seja, um sorriso no rosto faz milagres.

E como tudo aquilo que escrevo por aqui têm se transformado numa feliz realidade, espero para o ano estar aqui a compartilhar com vocês que estas resoluções se concretizaram.

Uma das coisas que me deixa muito feliz é cozinhar. Ir para a cozinha depois de um dia de trabalho é muito reconfortante. Gosto de juntar os ingredientes ao sabor do momento e às vezes o resultado vale a pena, como foi o caso desta deliciosa polenta.
A polenta já apareceu por aqui uma vez. É um prato reconfortante, fácil de realizar, económico e muito versátil. Normalmente faço uma travessa e na primeira refeição ingiro-a cremosa, bem quente, acompanhada com molho. O que sobra coloco numa assadeira que guardo no frigorífico e nas próximas refeições levo os pedaços a grelhar e acompanho com salada ou legumes salteados. Eu fazia a polenta sempre da mesma forma, levava a água a ferver temperada e depois acrescentava a farinha de milho em chuva, mexendo rapidamente para que a massa não criasse grumos. Depois que vi esta deliciosa receita da Sandra, do blog Papacapim, essa preocupação com a textura da polenta e o fogão cheio de farinha acabaram. A Sandra mistura a farinha de milho(fubá) na água fria e só depois leva ao fogo para cozinhar. Desta forma não há a preocupação nenhuma, dá sempre certo! Aconselho vivamente este truque. Eu faço a polenta com farinha de milho normal e demora um pouco mais de tempo a cozinhar, cerca de 15 a 20 minutos. O molho que fiz desta vez é constituído por legumes pouco habituais, pelo menos na minha cozinha, a couve-de-Bruxelas e os brócolos romanescos. Estes últimos são especiais, pois são da horta familiar. Mas com qualquer molho a polenta fica deliciosa.


Polenta com legumes bonitos (2 porções)
Ingredientes:
Polenta
1 chávena (chá) de farinha de milho(amarelo, de preferência)
3 chávenas (chá) de água fria
1 cubo de caldo de legumes(biológico, de preferência)
Sal e azeite
Molho
1 1/2 chávenas (chá) de couve de Bruxelas, cortadas em duas partes
1 1/2 chávenas (chá) de brócolos romanescos, separados em pequenos ramos
1 tomate pequeno e maduro, sem pele e aos pedaços
3 dentes de alho esmagados
Azeite, sal e pimenta preta
Preparação:
Coloque as couves de Bruxelas e os brócolos num pequeno tacho com um pouquinho de água apenas no fundo para criar vapor. Tampe o tacho e leve ao lume por cerca de 5 minutos após ferver. Descarte a água e tempere com sal. Reserve. No mesmo tacho adicione o alho e um fio de azeite. Leve ao lume até que o alho fique douradinho(mas não queimado), acrescente o tomate aos pedaços e os legumes. Deixe cozinhar por cerca de 2 minutos. Prove e retifique os temperos. Reserve.
Faça a polenta: misture a farinha de milho com a água, aos poucos, até que se forme uma papa homogénea e lisa. Junte o cubo de caldo de legumes esmigalhado e leve ao lume brando, mexendo até engrossar e começar a ferver(cerca de 20 minutos). Tempere com sal e um fio de azeite. Aqueça o molho.
Coloque parte a polenta no prato de servir com o molho por cima. Polvilhe com pimenta preta, regue com um fio de azeite e delicie-se.

O lindo brócolo romanesco

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Prenda de Natal caseira - Preparado para bolo

Não é preciso muito tempo ou dinheiro para fazer esta prendinha de Natal, mas garanto que muitas crianças(e adultos!) ficarão contentes em ter os ingredientes de um bolo já separados e prontos a serem utilizados. A ideia não é nova, têm circulado pela internet algumas receitas de bolos e biscoitos "enfrascados". A minha sugestão é o bolo vegano de chocolate que eu já fiz aqui. E porque? Primeiro porque é vegano. Segundo porque é de simples execução. Terceiro porque os ingredientes a acrescentar toda a gente tem em casa: água, óleo e vinagre. E quarto, porque este bolo é delicioso! Convencidos? Então vamos fazer!
pormenores da decoração e instruções
Os ingredientes cabem direitinho num frasco de 1 litro de capacidade. Eu utilizei um funil para dispor os ingredientes por camadas alternadas-açúcar(de dois tipos, para ficar mais bonito), cacau em pó, anis(ou erva-doce), sal, bicarbonato e farinha. Depois foi só colar a etiqueta, as instruções e a receita impressas e decorar com motivos alusivos à época. 
Fácil, não acham?
A receita, já publicada no blogue, está aqui.

Que o Natal seja doce como o sono de um bebé

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Natal já está a chegar - ideia para prenda - bolachas veganas


Já falta menos de um mês para o Natal! Como o tempo passa depressa! Esta é uma frase que digo e ouço muito. O tempo continua o mesmo, nós é que queremos fazer muito mais coisas no mesmo espaço de tempo e ele é imutável, não estica... 
Pelo menos eu sei que o meu tempo não vai ser gasto em compras de Natal em lojas abarrotadas, aliás, há três anos que as minhas compras para esta época tem diminuído e tomado outro sentido, muito menos comercial. Tenho oferecido prendas feitas por mim, há quem aprecie mais e quem não lhes dê muita importância, mas o carinho e prazer com que as confecciono é sempre o mesmo. E este ano não será diferente!
Aqui podem ver algumas sugestões que fiz há dois anos.
As primeiras experiências para este ano começaram aqui na cozinha. É inevitável pensar em bolachas,  quando se aproxima o Natal, assim como foi inevitável, ao pensar em bolachas, ir ao blogue do Diogo, A culpa é das Bolachas! buscar esta deliciosa receita para as fazer. E tinham de ter um aroma de gengibre e canela. E ficaram perfeitas! Viciantes! A massa, o sabor...agora a decoração e as fotos...Bem esta parte, decididamente não é o meu forte:( Ainda tenho que treinar bastante mais um pouco, para que fiquem apresentáveis, porque deliciosas já ficaram.
Esta foi a primeira tentativa de um pinheiro de Natal com estes lindos cortadores que comprei na Toca do Bolo.
 
Outra particularidade: resolvi tornar a receita vegana, ou seja não utilizei nenhum ingrediente de origem animal na sua confecção, aliás este tem sido um desafio muito gratificante e que tem resultado experiências ótimas, tornar veganas receitas de bolos e sobremesas, para este Natal, que vai ser muito especial para mim: o meu primeiro Natal como vegetariana.

E agora a receita! Aconselho a irem ao blogue do Diogo, porque a receita está muito bem explicada e com um passo-a passo muito elucidativo. Eu utilizei a ajuda da máquina de pão. Indico, no entanto, a receita, com as substituições que fiz:

Bolachas Gingerbread Man veganas
Ingredientes:
4 colheres(sopa) de geleia de agave
300 grs de farinha
1 colher(chá) de bicarbonato de sodio
1 e 1/2 colher(chá) de gengibre em pó
1 e 1/2 colher(chá) de canela em pó
100 grs de margarina de soja
150 grs de açúcar mascavado claro(amarelo)
1 colher(sopa) de sementes de linhaça trituradas + 3 colheres(sopa) de água(substitui 1 ovo)
Confeitos de chocolate,1 cereja cristalizada e chocolate preto em barra derretido para unir as peças
Preparação:
Colocar as sementes de linhaça trituradas num copo e acrescentar a água. Misturar. Deixar em repouso por cerca de 3 minutos até ganhar consistência gelatinosa.
Peneirar a farinha, o bicarbonato e as especiarias para a cuba da máquina de pão, acrescentar a manteiga de soja amolecida e os demais ingredientes. Selecionar o programa massa de 15 minutos. No final do programa deverá ter se formado uma bola de massa elástica e homogénea. Embrulhe em película aderente e leve ao frigorífico por 1 hora.
Forrar a superfície de trabalho com papel vegetal e trabalhar a massa com rolo até ter cerca de 3mm de espessura, cortar com os cortadores*. Colocar as bolachas num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal. Aplicar os confeitos de chocolate e levar a cozer em forno quente(180ºC) por cerca de 12 a 15 minutos. Deixar arrefecer antes de mexer(as bolachas ainda estão moles ao sair do forno). Colar as peças com chocolate derretido. No topo do pinheiro de natal colocar a cereja cristalizada.

Nota:* o kit de cortadores possui as peças necessárias para montar um pinheiro de Natal e prendas. Caso não consiga ter acesso a este kit, use cortadores ou moldes em formato de estrela em 8 tamanhos e um cortador circular pequenino(cerca de 2cm de diâmetro) para realizar a união das peças.
Neste caso usei 8 estrelas de diferentes tamanhos e 7 círculos.  A base é constituída pela estrela maior, colei um círculo no meio com chocolate, por cima deste círculo espalhei mais chocolate e colei outra estrela menor com as pontas desencontradas e assim sucessivamente. Terminei com a estrela menor e com uma cereja cristalizada.

Espero que gostem da sugestão, apesar da apresentação e foto sofríveis! Prometo que vou treinar e espero ter tempo para aprimorar a imagem das bolachinhas!

domingo, 18 de novembro de 2012

Bolo invertido de quivi - BC Viver Bem para Comer Melhor

Duas receitas seguidas de bolos por aqui. Os bolos são a minha perdição e podem ser de qualquer sabor e feitio que eu não rejeito uma fatia. Aliás como podem verificar a etiqueta Bolos é a que tem as letras maiores...pois a nível culinário é das coisas que mais prazer me dá fazer. Por isso juntando o útil ao agradável, muitas receitas de bolo virão, pelo menos até eu ir a um nutricionista! Eu gosto de qualquer bolo, já com os esquisitos aqui de casa não se passa o mesmo, principalmente com a mais pequena. Quando quero fazer um bolo que sei que eles não vão apreciar muito, tenho algumas opções: espero uma ocasião para ter mais pessoas para dividir, faço e congelo o que sobra ou faço uma versão mini para mim, como foi o caso do bolo de hoje. 
Para mim o resultado ficou ótimo, a camada de quivi deu uma frescura e maciez incríveis ao bolo, além de ter ficado com um toque naturalmente bonito. Para a base, inspirei-me neste bolo de morangos do blogue Veganana. Já escrevi aqui que a Lori tem bolos deliciosos, então fui lá buscar mais este. Acrescentei coco ralado à massa para que ficasse mais densa, como acho que convém a este tipo de bolo e como era para mim, um punhado de sementes de papoila, outra esquisitice não muito aceite por aqui. 
Este bolo foi feito especialmente para a blogagem coletiva Viver Bem para Comer Melhor, uma iniciativa conjunta da Josy(Cozinhando com Josy), da Margarida (Tachos Vs Panelas), da Ana Cláudia (Ana Cláudia na Cozinha) e da Katy (Ajustando as Velas). Achei que as escolhas do legume e fruta para este mês vieram bem à calhar, pois as abóboras estão no seu auge para serem consumidas e os primeiros quivis começam a aparecer. O concelho onde vivo, Santa Maria da Feira, é um produtor de quivis de ótima qualidade, na sua época(de outubro à dezembro), tenho sempre quivis oferecidos por amigos ou comprado à produtores locais. É um fruto delicioso, fresco que enfeita muito bem saladas de fruta e tartes de creme, e também dá para ser usado em compotas, batidos, gelados, mousses... Mas ainda mais importante que a beleza é o seu valor nutricional pois constitui uma excelente fonte de vitamina C, contendo quase o dobro da vitamina de alguns citrinos. Também é rico em potássio, ferro e cálcio. Comido em jejum ajuda o melhor funcionamento do intestino. 
A sábia Mãe Natureza oferece-nos nesta época do ano(Outono, aqui no Hemisfério Norte) fartura de frutos ricos em vitamina C, ótimos para manter as defesas do nosso organismo em alta. Por isso Comer Bem para Viver Melhor, também é alimentar-se de produtos da época, que além de tudo são mais saborosos e económicos.

E agora, depois desta conversa toda, finalmente, a receita!

Bolo invertido de quivi
(eu fiz 1/4 da receita para uma forma de 15cm de diâmetro)
Ingredientes
Massa:
2 chávenas(chá) de farinha de trigo
1 chávena(chá) de açúcar mascavado claro
 
1 colher(café) de bicarbonato de sódio  
1 colher (sopa) de vinagre de maçã ou branco  
1 colher(chá) de essência de baunilha  
2 colheres(sopa) de coco ralado seco
1 colher (sopa) de sementes de papoila 
2 colheres (chá) de fermento em pó  
1/2 chávena(chá) de óleo vegetal(usei de girassol)  
1 chávena(chá) de agua  
1 pitada de sal
Cobertura:
3 ou 4 quivis cortados em fatias com meio centímetro de espessura
1 colher(sopa) de açúcar mascavado claro
Preparação
Unte uma forma redonda com cerca de 25cm de diâmetro com margarina vegetal, coloque no fundo uma rodela de papel vegetal e unte-o também. Polvilhe o fundo da forma com o açúcar da cobertura e coloque as fatias de quivi por cima. Reserve. Para a massa, misture os ingredientes secos(menos o fermento), adicione o vinagre, a baunilha e mexa alternando a água e o óleo até obter uma massa homogénea. Adicione as sementes de papoila e o fermento mexendo delicadamente. Espalhe a massa por cima dos quivis reservados e leve ao forno para cozer por cerca de 30 minutos. Teste com o palito.Desenforme e retire o papel vegetal.
Confira mais deliciosas participações aqui no blogue da Josy
Veja como participar aqui