Assim como para a Mané, o arroz é um ingrediente que tem um significado festivo para mim. Os meus domingos de infância, em São Paulo, Brasil, eram sempre uma festa:
Acordávamos cedo, não tão cedo como durante a semana, mas ainda assim cedo. Vestia-mo-nos e íamos à missa da Igreja do Sagrado Coração. Eu, meus pais e meus dois irmãos. Ficávamos ao fundo da igreja, porque dizia o meu pai que não queria passar vergonha, já que éramos 3 crianças com idades muito próximas. Os adultos ficavam em pé e nós, quando podíamos, sentávamos no genuflexório do altar da Nossa Senhora de Aparecida. Bem, talvez o meu pai tivesse um pouco de razão, dado que algumas vezes aconteciam coisas estranhas, tipo: o meu irmão mais novo levar um balão(bexiga), enche-lo e esvazia-lo com aquele barulho característico no meio da homilia...
Acabada a missa, era chegada a ansiada hora do pacotinho de pipocas, um para cada criança, que eram religiosamente comprados pelo meu pai ao mesmo senhor pipoqueiro e vinham com o mesmo aviso de sempre: Não sujem o carro!
Após isso lá íamos à feira do bairro, que acontecia sempre aos domingos, comprar legumes, verduras e frutas para a semana toda. Após chegarmos em casa e minha mãe guardar tudo púnhamo-nos a andar com destino à da casa de minha avó, que ficava em outra cidade(São Bernardo do Campo).
Era um percurso demorado, cerca de 1 hora, que para nós era uma eternidade. Pelo caminho, nós crianças, íamos atrásbrigando brincando uns com os outros. Quando finalmente chegávamos, era uma festa! A casa da minha avó tinha tudo o que uma criança poderia desejar, um cão(cadela, a Suzy, que me detestava!), passarinhos, um cágado(a Huguinha, que ainda existe!), rebuçados, montes de gente(ainda tinha 1 tio e 2 tias solteiros ), vários livros de banda desenhada(o meu tio era e ainda é viciado), vizinhança boa, sossego na rua para poder brincar, e o mais importante: a minha querida avozinha, que era um doce de pessoa, tinha sempre uma surpresa para mim(um vestido para a boneca, um pequeno peluche...). Mas sobretudo o que eu mais gostava era de andar atrás dela, sentir o quanto gostávamos uma da outra(era por isso que a cadela me detestava, tinha ciúmes...).
Nestes dias, os almoços eram alegres e barulhentos, com no mínimo 10 pessoas à mesa. A minha avó fazia sempre uma grande travessa de arroz de forno, que para mim ainda é o melhor de sempre. A receita foi alguma vizinha que lhe passou, e ainda me lembro do pedaço de papel com a letra dela escrito... O nome do prato era arroz brasileiro, vá se lá saber porque, afinal os ingredientes existem em muitas partes do mundo!
É uma receita muito fácil e económica, e mesmo quem não tem muito jeito para cozinha(não era o caso de minha avó!)é capaz de confeccionar este arroz e fazer um figurão num almoço de família! Já fiz as mais variadas versões. A primeira que publiquei, é a versão original, não vegetariana. A segunda versão, vegana, publiquei-a aqui no seguimento da participação da 6ª fase da BCFV, a Melhor Idade, onde falo um pouco sobre a história da minha avó, que é uma das pessoas mais importantes de minha vida. O título desta publicação define bem o que ela era, um anjo, uma doce mulher, mas com coragem de leoa.
Acabada a missa, era chegada a ansiada hora do pacotinho de pipocas, um para cada criança, que eram religiosamente comprados pelo meu pai ao mesmo senhor pipoqueiro e vinham com o mesmo aviso de sempre: Não sujem o carro!
Após isso lá íamos à feira do bairro, que acontecia sempre aos domingos, comprar legumes, verduras e frutas para a semana toda. Após chegarmos em casa e minha mãe guardar tudo púnhamo-nos a andar com destino à da casa de minha avó, que ficava em outra cidade(São Bernardo do Campo).
Era um percurso demorado, cerca de 1 hora, que para nós era uma eternidade. Pelo caminho, nós crianças, íamos atrás
Nestes dias, os almoços eram alegres e barulhentos, com no mínimo 10 pessoas à mesa. A minha avó fazia sempre uma grande travessa de arroz de forno, que para mim ainda é o melhor de sempre. A receita foi alguma vizinha que lhe passou, e ainda me lembro do pedaço de papel com a letra dela escrito... O nome do prato era arroz brasileiro, vá se lá saber porque, afinal os ingredientes existem em muitas partes do mundo!
É uma receita muito fácil e económica, e mesmo quem não tem muito jeito para cozinha(não era o caso de minha avó!)é capaz de confeccionar este arroz e fazer um figurão num almoço de família! Já fiz as mais variadas versões. A primeira que publiquei, é a versão original, não vegetariana. A segunda versão, vegana, publiquei-a aqui no seguimento da participação da 6ª fase da BCFV, a Melhor Idade, onde falo um pouco sobre a história da minha avó, que é uma das pessoas mais importantes de minha vida. O título desta publicação define bem o que ela era, um anjo, uma doce mulher, mas com coragem de leoa.
Esta versão de hoje, uma das muitas que já fiz, batizei-a de Arroz Alternativo da Vovó, porque levou dois ingredientes especiais, feijão Mung e sementes de chia. Sinta-se à vontade para fazer a sua própria versão, garanto que não se arrependerá!
E será com esta receita de arroz, para mim, muito especial, que junto-me à festa de comemoração do 1º aniversário do blogue da Mané, o Bolo da tia Rosa. Uma delícia de cozinha, onde dá vontade mesmo de entrar, sentar e tomar uma chávena de chá, prosear um pouco, e saborear uma fatia do fantástico bolo da tia Rosa e não só... porque coisas deliciosas lá não faltam!
Ingredientes (para 2 pessoas)
1/2 chávena(chá) de arroz lavado
1/2 chávena(chá) de feijão Mung (ou ervilhas congeladas)
1 colher(sopa) de sementes de chia
4 azeitonas descaroçadas e picadas
1 tomate pequeno sem casca e cortado aos pedaços
1/2 cenoura cortada aos cubinhos
2 colheres (sopa) de queijo parmesão vegan(receita aqui)
salsa, oregãos e cebolinho, tudo fresco e picado
sal e pimenta a gosto
1 colher(sopa) de azeite extra virgem
2 chávenas(chá) de água a ferver
Preparação:
Misturar todos os ingredientes numa travessa de ir ao forno(deixar alguma folga porque o arroz e feijão crescem ao cozer). Levar ao forno médio(cerca de 170ºC) por cerca de 40 minutos a 1 hora. Nesta versão, no início da cozedura convém mexer, pois alguns grãos de feijão Mung poderão ficar à superfície e não cozerem devidamente. Acompanhado com salada ou verdura cozida, no meu caso hoje foram grelos de nabo, é uma refeição completa.
Boa noite :) :)
ResponderEliminarLina estou com um sorriso entre o ternurento e o malandro...que bom ver (imaginar) toda a vivência familiar, que bom sentir a "vergonha dos pais" e a traquinice dos filhos, que bom sentir a presença da avó.
Muito obrigada Lina pela tua partilha e pelo teu arroz a saber a festa na família (o teu relato não me deixa dúvidas que preservas o património mais importante: a família)
MUITOOOOOOOOOOO Obrigada por estares aí e trazeres este arroz cheio de amor
:) :)
Lindas recordações amiga!
ResponderEliminarEste pratinho ficou mt apetitoso!
Bjs
É taooooooooo bom as nossas recordaçoes felizes... eu acho que as tristes nem como recordaçoes ficam, e sim como ensinamentos para o futuro!!!
ResponderEliminarEsse arroz é show... Adorei!!!
Beijocas
Olá Lina:)
ResponderEliminarNão sabia que eras do Brasil. Fiquei encantada com a tua história:)
O arroz da tua avó é muito especial porque além de ser uma delícia está cheio de doces recordações. Óptimo para celebrar!
Boa semana!
Beijinhos
Que aspecto delicioso
ResponderEliminarBjs
Uma delicia mesmo! A camada crocante deve ser muito boa e diferente :)
ResponderEliminarQue delícia... eu amei a sua receita!
ResponderEliminarAmo de paixão tudo com arroz! rs!
Vou te visitar mais vezes! Seguindo...
Beijos e uma linda semana para você!
Oi Lina querida, esse seu relato me fez lembrar das comidinhas deliciosas que mamãe fazia
ResponderEliminarSinto falta também das mesas fartas e repleta de alegria, com todos reunidos, nos divertíamos muito
O arroz ficou bem ao meu gosto, com ingredientes que aprecio muito e o aspecto está bonito e apetitoso.Gosto muito de acompanhar com verduras assim, com umfio de azeite, adoro uma verdurinha. Gostei muito amiga. Bjos, uma excelente semana
Lina, vocês eram muito arteiros!! Na missa, então... Mas são dessas coisas que mais nos lembramos quando crianças, não é mesmo? Das brincadeiras, dos cheiros, dos gostos... são tantas as lembranças boas que, não é à toa, dizem que a infância é a melhor fase da nossa vida! Não pensamos em futuro e este parece bem distante!
ResponderEliminarHum... minha mãe fazia "Arroz de Forno" e era muito parecido com esse que sua avó fazia, só que o arroz era cozido. Não conheço o feijão mung e a palavra "genuflexório". Que palavrinha!! :=))
Boa semana!! Beijus,
Arroz é uma dádiva, é mesmo uma Festa!
ResponderEliminarChegou o dia do primeiro aniversário e à mesa estamos 33... perdão, corrijo, estamos 34, com a minha prima Margarida que trouxe o ingrediente para fazermos toda esta!
E, decerto que não nos importamos de partilhar com cada um que nos visite!
Se alguma dúvida havia sobre a festividade que o arroz encerra ela ficou completamente dissipada com esta festa. Ver chegar cada uma das participações foi também uma confirmação de dádiva, que agradeço com um rasgado sorriso.
Obrigada, nunca é demais repetir, por partilharem as vossas histórias, por trazerem o vosso arroz e estarem aqui comigo.
Não tenho a noção de quando tempo teremos estes momentos de partilha, não estou inquieta com isso, mas quero que saibam que o balanço deste ano inesperado aqueceu-me o coração e fez-me sentir grata por cada um de vós.
A ordem que aqui colocarei as participações será a ordem de chegada, creio não me estar a esquecer de ninguém - sintam-se completamente à vontade para o referirem , se tal lapso acontecer.
E, por favor sirvam-se… partilhem e saboreiem cada momento neste momento.
A festa é nossa!
Vamos, está quase na meia noite, vamos lá saborear todas estas iguarias!
http://obolodatiarosa.blogspot.pt/2012/04/arroz-e-uma-dadiva-e-mesmo-uma-festa.html
Alternativo ou não, o aspecto é fantástico, então o sabor não deve enganar :D
ResponderEliminarbeijinho